terça-feira, 6 de novembro de 2012

Nádegas a "Lee" declarar


  A gosto ou contra gosto o rei Roberto Carlos recebeu seu trono na história da música brasileira. Nossa rainha deveria ser coroada imediatamente. Sem pausa para pensamentos, contestações ou votação. Ela atende pelo nome Rita Lee Jones Carvalho, ou apenas Rita Lee. Se dados são necessários para a escolha aí vão alguns da Ovelha Negra: Vendeu mais de 65 milhões de cópias, a cantora que mais vendeu na história da música no país, foi premiada com mais de trinta discos de platina, dez discos de ouro, cinco de diamante, quase cinquenta anos de carreita e por aí vai.
  A artista paulista faz peso numa história totalmente contextualizada por uma carreira imponente e marcante. O início conturbado numa fase Mutante até a consagração nacional com gosto de Tutti Frutti. Os anos oitenta e noventa consagraram a roqueira que só nestas duas décadas gravou onze discos ao lado do eterno parceiro Roberto de Carvalho. 
  Neste domingo, Rita esteve em Brasília. Que ironia. Tocou no "Green Move" Festival. Uma iniciativa em prol da sustentabilidade e preservação - regado a muita cerveja e lixo, claro. Pelo seu twitter iniciou os trabalhos logo cedo: "Dilminha minha filha, vista sua roqueira e vá se encontrar comigo no quintal da sua casa, hoje às 18 horas. Ordens superiores", disse. 
  As sucessões de clássicos musicais foram interrompidas por um ato nobre vindo diretamente de nossa corte real. O Eixo Monumental tomado por pessoas. Ao redor todos os Ministérios que observavam do alto de seus concretos inabaláveis. Eis que surge uma bunda. Apenas uma bunda branca. Um gesto de uma roqueira, mãe, artista. Essa que muito já passou e hoje brinca com o que levamos ou achamos tão sério. "Sr. Diretor, não sou apenas mais uma bundinha linda, eu também sei representar", concluiu Lee.
   Mais uma vez a rainha surpreendeu. Dessa vez não foi xingando policiais. Foi um ato silencioso, de uma vovó moleca e só. Muitos devem ter achado nojento, desrespeitoso e ultrajante. Outros, apenas um ato de rebeldia e ironia. Fato é que Rita Lee pode e deve fazer quantas vezes achar necessário. Essa liberdade talvez seja a melhor forma de valorizarmos nossos verdadeiros ícones. Ou alguém prefere ver um bundão "Lee-Lee" do Luan Santana, no show da virada, em plena Praça dos Três Poderes? 
  Pois então. Nádegas a "Lee" declarar...        


Nenhum comentário: