sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Viva a democratização virtual


O Ministério do Meio Ambiente informa: Nenhum animal foi maltratado para a criação deste texto. Nem mesmo o próprio autor. 

  Acho o Facebook incrível. Toda comunicação gerada, a aproximação quase real e os indivíduos que agregam e convivem praticamente em paz dentro dessa colméia virtual. Esses dias me peguei tendo uma discussão bastante relevante sobre a mesma. Vários foram os questionamentos, mas uma coisa foi unânime entre os engenheiros: A rede social tem o seu valor e importância. 
  Muitos passaram a reclamar da invasão de internautas no Facebook. A tal massificação gerou um certo incômodo na classe atuante, inteligente e mais pensante da rede. É certo que a popularidade da ferramenta cresceu muito. De qualquer maneira, acho fascinante esse aumento. Com o mínimo de esperteza é fácil lidar com algumas situações. Cancelar atualizações do usuário? Não antes coletar algumas pérolas bastante interessantes. 
  Num momento de desespero, último aviso e ligeira falta de atenção a figura alerta: "O geito vai ser este". Ok! Se é assim que seja. Vindo da elite, uma informação muito válida aos marombeiros de plantão que fazem conexão Brasília-São Paulo: "Malhar em SP é 10x melhor que em Brasília". Algumas mensagens tornam-se muito utilitárias, tais como previsão do tempo, engarrafamento, momento político no Brasil e divulgação de eventos. Nada melhor do que receber o seguinte convite: "Cássio & Cleitinho na cidade. Num lugar privilegiado, secreto e TOP". Declarações de amor - um tanto quanto confusas - também fazem parte desse cotidiano, "Agente se amam. Todos deverão amar os outros assim como nos amamos a si mesmos".
  Todos assumem uma postura virtual e não podemos fugir disso. É como se fossemos um livro aberto pronto para leitura e interpretação. Lá postamos o que bem entendemos - ou nem tanto assim. Ao mesmo tempo é possível separar informações válidas, filtrar o besteirol e acima de tudo se divertir bastante lendo de quase tudo por aí. Numa conclusão basicamente real eu assumo que sou a favor e valorizo a democratização virtual!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Se quero mais?!


  Vi mais um ano passar. Logo ali vejo um novo chegar. Apesar de me tremer todo nessas viradas gosto de pensar sobre o que passou e o que realizei. As promessas para se cumprir nos próximos 365 dias. As mesmas que fazemos há anos e nunca cumprimos. Todo aquele flashback que nos cerca durante essa época. 
  Como todos os outros esse também não foi igual a nenhum. Vi pessoas chegarem na minha vida. Vi outras se anularem. Tive gratas surpresas e enormes frustrações. Fiz novas amizades. Descobri que gosto mais de quem eu sou. Reafirmei o ódio que tenho por falsidade. Conheci pessoas generosas. Cantaram minhas músicas. Ganhei dinheiro, gastei dinheiro e tive dois bichos de pé. Sonhei com Deus e senti o Diabo me tentar. Chorei por amigos e ri com os mesmos. Cantei Cazuza e vi que ele tem razão: A burguesia fede. Dei mais valor a união verdadeira. Tive vontade de xingar. Tomei belos porres e no dia seguinte me arrependi de quase todos. Conheci o Topo do Mundo. Pedi perdão. Vi minha afiliada completar quinze anos e tive que aceitar. Li seis livros e meio. Fiz mais esporte. Ganhei um anjo em forma de cachorro. Gastei mais gasolina do que o necessário. Dormi mais que o normal. Perdi duas unhas. Tive mais de dez óculos durante o ano e só me restou um. Tirei várias fotos. O medo quase me venceu. Redescobri minha liberdade. Pensei em ir a um psicólogo, mas voltei a escrever. Me apaixonei que nem um adolescente. Conheci o Teatro Nacional de outra maneira. Tive uma amigdalite pesada.  Me alimentei melhor. Voltei a odiar política. Pensei mais no mar do que de costume. Ouvi muita música, muita mesmo. Tive razão. Andei de jegue. Gravei um DVD. Desejei mais calor que frio. Comprei roupas novas. Vivi a noite intensamente e aprendi demais com ela. Escutei mais do que falei ou foi o contrário. Aprendi a me entregar e descobri que isso pode ser um erro. Completei vinte e nove anos e me achei um garoto. Vi que a cada ano que passa muita coisa acontece, várias se repetem, novas surpreendem e o que muda é a maneira como enxergamos tudo. 
  Me sinto preparado para encerrar esses doze meses. Olhar para trás e enterrar algumas coisas, transformar outras em belas lembranças, dar continuidade no que está certo e abrir o peito para o novo e desconhecido. Se isso tudo é viver eu quero mais é viver mais e mais. 
Felicidades!  










segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Olé, Ellen!

  Cheguei a pensar numa possível mesa arranjada, uma mala preta daqui um agrado dali. Uma pelada marcada com a bancada toda comprada. Coisa de empresário engravatado cheio de interesse sabe? Veja só, no país do carnaval e futebol até final de "The Voice" a gente desconfia. Ufa! Ainda bem que não né rede Globo! O que vimos foi um baile de preparo, vontade de vencer, luz e muito dom. Foi tipo goleada incontestável. O time de lá não viu a cor da bola. O nosso orgulho musical de uma capital cheia de artistas que se espalham entre o concreto e o poder está de volta. Hoje, atende pelo nome Ellen Oléria. 
  A brasiliense é daquelas que chama a atenção de longe. Muitos diziam que era questão de tempo. Talvez. Mas quanto tempo? Fato é que ela precisava aparecer. Só um pouquinho. Um ligeiro empurrão e mais nada. Mostrar para outras pessoas, até mesmo de Brasília que nunca tinham ouvido falar nela, esse brilho e força ao cantar. Só que esse pouco não era o bastante. Ela foi em frente. Passou por cima de quem veio e mandou o recado. Passeou por músicas de Jorge Ben, Milton Nascimento e Lenine. Sempre do jeito Oléria de ser. Sem copiar, querer parecer alguém ou embarcar em algo que outros achariam ser o mais certo. Como você mesmo diz: "A minha voz transcende a minha envergadura. Conhece a carne fraca? Eu sou do tipo carne dura". Autêntica. Assim ela foi a todo momento. Assim espero que continue por muito mais tempo.
  Alô, alô, som tessssssssssssssssste... Um, dois, três: Testada e aprovada!

     

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Simples Assim

  Gosto de referências. Em uma percepção tão simples Érico Veríssimo disse: "Felicidade é a certeza de que a nossa vida não está se passando inutilmente". Todos querem ser feliz de alguma maneira e às vezes a qualquer preço. O estado de satisfação, prazer e ânimo são passageiros. A velocidade do mundo atrapalha um pouco a durabilidade destas sensações. Como numa montanha russa vivemos os altos e baixos dentro da nossa própria linha do tempo.
  Sei o que é estar feliz e contente. Sei também o que é achar que tudo está errado e perder as forças para levantar. Já vivi também uma vida de emoções retilíneas. Essa inércia é, sem dúvidas, a mais irritante. É óbvio que prefiro o sorriso, o gozo e o ânimo, mas sei da importância e valor de uma lágrima cheia de dor e tristeza. Questões que aprendemos com o passar dos anos.
  Há certo tempo sinto que a felicidade invadiu meu corpo e alma. Como num primeiro raio de luz que chega sem pedir licença e invade nosso mundo nos alimentando somente com o que que há de melhor. Rir sem ter motivo é descobrir literalmente o verdadeiro e melhor remédio que há no universo. Usufruir se torna o verbo da vez. E assim, sem medo de perder ou modificar tal momento, fazemos o tempo frear sua velocidade feroz.
  Mais um ano se acaba. Mais uma página que viramos. Momento em que devemos exercitar a mente para uma reflexão do que passou, do que fizemos, como agimos e escolhas que realizamos. Vejo mais uma vez que tudo tem motivo e razão. A vida brinca e nos brinda com uma música para bailarmos sob regência de suas notas e melodias. Feliz, danço como um pé de valsa tudo o que ela toca. Sem pisões sinto que a inutilidade passa bem longe de mim. Simples assim, Veríssimo.            

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Escritório na Praia

  Nunca esbarrei com o Lula numa esquina movimentada de Brasília. Não tenho nenhum familiar na política. Meu verdadeiro ciclo de amigos não conta com nenhum Deputado, Vereador e etc...  Conheço poetas, arquitetos, músicos, sociólogos, artistas plásticos, professores, DJs, advogados, fotógrafos, chefes de cozinha e por aí vai. 
  A política está totalmente ligada à nós. Claro! Moramos na capital e alojamos o poder aqui. Considero-me um cidadão politizado e devo isso à minha cidade e ao meu interesse em estar ligado a determinados assuntos. Em quase três décadas de Brasília já ouvi muito. Opiniões inteligentes, ausentes, relevantes e outras nem tanto. Desde que me conheço por gente artistas vem à capital e abordam sempre dois assuntos: O rock e a política. É repetitivo e dependendo de que boca saia pode ser até vergonhoso.  
  Talvez se a classe de artistas fosse ainda mais interessada alguns exemplos poderiam ser seguidos. Venho acompanhando textos e ações do vocalista Tico Santa Cruz, do Detonautas. Formado em Ciências Políticas, pela UFRJ, suas idéias ganham meu respeito. Apesar de polemicas são defendidas com inteligência. E assim deve ser.
  Nossa cidade não é mais nenhuma garotinha para ser sempre lembrada apenas por casos de corrupção. Aqui já temos a formação de um laço cultural crescente e basta ter um pouco de curiosidade para descobri-la. Não tiro nosso corpo fora e sei também que temos que ser o exemplo de um país. Ao mesmo tempo, não me calo ao ouvir besteiras "choradas" num microfone para quase quatro mil adolescentes. Não é por aí. O interesse pode substituir a tal "falta de conhecimento". No seu caso, se até hoje não houve vontade de aprender, consequentemente carrega consigo uma ignorância de causa, e o melhor a fazer é continuar mesmo com seu escritório na praia.