segunda-feira, 22 de abril de 2013

Fim de semana especial


  Esse final de semana foi realmente especial. Retornar a Belo Horizonte é sempre um prazer. Seja a trabalho, lazer e/ou diversão. Basta pisar em terras mineiras e já é possível sentir uma sensação diferente. Passei boa parte da minha sexta-feira resolvendo questões com a produção do show que haveria no sábado: Surf Sessions e Ponto de Equilíbrio. A noite foi mais tranqüila e pude desfrutar um pouco mais a cidade e seus encantos.
   No sábado, a gang do Surf estava reunida. Almoço, montagem do palco, passagem de som e descanso na pousada. Tudo redondo. Logo no início da noite retornamos ao evento. Absurdamente lotado. Era nossa quinta vez em Belo Horizonte. Nosso show durou exatamente uma hora. Fizemos uma apresentação autoral. Como deve ser. O público acompanhou, vibrou e aplaudiu. Quando não se sentia a vontade emitia um breve silêncio à espera de uma próxima canção. Mais uma vez fomos muito bem recebidos numa cidade que já podemos chamar de nossa segunda casa. 
  A volta foi cansativa. Aeroporto logo cedo. Correria para check-in, embarque dos instrumentos e todos a bordo. Afinal, tínhamos um objetivo: Show no Museu da República - 53 anos de Brasília. Política à parte, senti-me realizado como profissional e cidadão. Fazer parte dessa história foi muito significativo para todos nós. Tenho muito orgulho da minha cidade e de ser brasiliense. Assim que chegamos no aeroporto fomos direto para o Teatro Nacional. De lá direto para o palco montado no Museu. Muita gente envolvida para tudo sair nos conformes.  E tudo saiu.
  O horário avisava: Dez minutos para o show. Sem atrasos e tudo muito correto. O público estava lá. Querendo música. Querendo show. Foram 12 executadas uma atrás da outra. Mais um show autoral. Nosso som. Nossas músicas. Nossa casa. Os rostinhos respondiam cantando com alegria. Foi um daqueles pra se gravar na memória e jamais esquecê-lo. 
  Cheguei em casa quase sete e meia da noite. Cansado, mas completamente realizado. Com aquela sensação do dever cumprido. Dormi com vontade. Até o dia seguinte. Ao acordar abri os olhos e, ainda com a cabeça no travesseiro, só agradeci. Pelos companheiros, pela oportunidade, pelo esforço e recompensa desses dois últimos dias que fizeram de mim um cara muito feliz.  

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Dia Não

  Existem dias que deveriam ficar de fora. Tipo página arrancada de um livro ou carta out do baralho. A gente acorda e sente que algo não tá legal. A mente acusa. Assim segue-se a rotina normalmente. O passar das horas confirmam a premonição pós sono. É uma chateação aqui e um aborrecimento dali. Acontecimentos geralmente com ou sem muita importância, mas que nesse dia abalam as estruturas. Nada muito parecido com um Um Dia de Fúria, entretanto a paciência começa a perder espaço - se é que ainda havia - e a sensação que era apenas um achismo torna-se real: Hoje é um "dia não". 
  Minha Tia-Avó tinha disso. Sempre que ela nos visitava me batia uma curiosidade imensa. Logo ao acordar corria para saber se ela estava num "dia sim" ou num "dia não". Não existia muita coerência numérica. Ela simplesmente decidia e ponto final. Nada que a tirasse muito do seu estado normal de anjo, porém essa variação me despertava uma interrogação sobre seu comportamento. 
  A solução mesmo é enfrentar os pensamentos e tocar o dia até a sua vigésima quarta hora. Pensar menos também ajuda. Dizem que até respirar mais é um santo remédio. Saber contar pelo menos até dez é necessário. Faz parte do cotidiano e da vida conviver com um "dia não". Agora, nada melhor que uma bela série de "dias sim" pra compensar, não acha?!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Medo?

  Já tive do escuro. Do fundo da minha piscina. De escutar histórias de terror. De subir as escadas sozinho e descê-las também. De dar de cara com uma alma penada. De sonhar coisas ruins a noite inteira. De altura. De ser atacado por um tubarão. Do abandono. Em perder meus melhores amigos. De ficar doente pro resto da vida. De ser julgado injustamente. De ficar longe dos meus pais. Do amor.   
  Para muitos um freio. O pai da moralidade - segundo Nietzsche. Daqueles que trava mais que ABS. Para outros um combustível. O impensável. Sentimento que esfria a barriga, mas faz mover o mundo há mais de cem. Me acompanha e, masoquismos à parte, torço para que nunca saia de perto. O homem que não sente medo não vive o intenso da vida. Está gélido e encaixotado. Fomos desafiados desde o primeiro momento que recebemos a dádiva do viver. Aceitá-lo? É nossa missão. Recuar? Um ato esnobe frente ao tempo. Negá-lo? É brindar ao fracasso.  
  Certos medos de criança ainda permanecem. Como um lembrete preso na geladeira que me faz fincar os pés na Terra do Nunca. Outros evoluíram ou foram adquiridos. Hoje, sinto medo quando penso que errei sem ao menos ter me arriscado. Medo de pensar na derrota sem a possibilidade da luta. Medo de viver sem realmente ter vivido. Medo de ser abatido pela covardia. O medo é meu espinafre. O que me instiga e me destaca. Me transforma e traz renovação. Faz do meu futuro um alcance possível e presente. Consolida todos meus sonhos em reais possibilidades de vida. 
  Medo? Que dá medo que medo que dá!   

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Os segredos da "Água de Lá"


  Um dia me contaram uma história sobre a "Água de Lá". Uma água mística que é abençoada por anjos, fadas, santos e duendes. Dizem que antes de cair dos céus ela passa por nuvens de algodão e perfeitos raios de sol. Depois se aloja num cantinho qualquer. Como uma poça. É composta por ingredientes do amor, felicidade, alegria, sorrisos, confiança, amizade, aprendizado, crescimento e bondade. A dádiva de quem a detém é o mais puro conhecimento do simples saber. Saber que basta imaginar que se faz um bem. Que basta querer que é possível ter. Que a vida não é só viver. Saber que uma escolha pode mudar um mundo e que este mesmo mundo só depende de você. 
  Por algum tempo andei procurando a tal bendita água. Afinal, tantos ensinamentos numa simples levada a gente não encontra em qualquer liquidação por aí. Vasculhei rios e florestas. Becos e esquinas. Savanas e montanhas. Praias e cachoeiras. Nos cantos mais remotos do planeta estive, porém nada achei. Já cansado de tanta peregrinação sentei para um leve descanso. Como se estivesse num sonho senti meu corpo flutuar e me levar para outro lugar. Em estado de graça vi minha vida passar por mim. Como um filme em reprise assisti a todos meus capítulos de alegria, tristeza, valores, topadas, risos, conquistas e derrotas. 
  Levemente abri os olhos e me vi pronto. Quanto mais precisarei percorrer? Não sei se estou perto ou muito distante. Já me sentia forte e totalmente descansado para andar e continuar minha procura. Só que não! Não mais. Não queria mais buscar aquilo que para mim se tornara material. Algo havia mudado. Pude perceber que a água já fazia parte de mim. Há muito tempo. Acompanhava-me, me ensinava e me trazia toda  sua luz e poder. A "Água de Lá" era literalmente minha vida!
   A água me abastecia com doses homeopáticas e todo esse tempo recebi sua dádiva. Percebi o quanto estava cego e adoecido por uma busca que seria interminável. Não me arrependo por minha quase infinita viagem. Tampouco enxergo meu tempo perdido. Esse foi meu caminho e até então destino. Hoje sei que encontrei minha água e todo seu tesouro. 
  Vejo meu futuro pela frente. Sem o peso de uma única busca, mas de diversas buscas. Novos caminhos a serem percorridos. Novas aventuras, surpresas, desafios e histórias. Todo o tempo do mundo pela frente. Tempo para desfrutar a "Água de Lá" e tudo o que ela ainda vai me presentear. Tempo para viver e ainda muito o que aprender. Tempo que se faz justo para quem vê sua verdadeira "Água de Lá" e não para quem busca algo que certamente jamais poderá alcançar.   



terça-feira, 9 de abril de 2013

A noite


  Hoje li um texto na internet que chamou minha atenção. Nada que fosse inédito, mas gostei do formato claro que foi dito. Depois da leitura fiquei me perguntando se estamos ligeiramente despreparados para certas situações, se isso tudo é um processo natural ou se é apenas uma questão cultural. Não consegui chegar a uma resposta muito concreta.
   As linhas do autor desconhecido falavam a respeito das noitadas, baladas, nights, estrondas e etc. Da forma como elas podem ser falsas dependendo do ponto de vista de quem a vê. "... Onde máscaras valem mais do que expressões, garrafas de bebida valem mais do que apertos de mão e companhias falsas valem mais do que uma conversa sincera com a menina menos atraente da festa", comentou no texto.
  Fato é que todo início de relação é baseado numa dependência de interesse. Seja ela positiva ou não. A beleza, o tesão, a conquista, o dinheiro, uma boa conversa, o status, o limite do cartão e o charme são algumas das possíveis e diferentes ferramentas usadas neste campo de batalha. Dependendo da arma utilizada cabe exclusivamente ao combatente saber, preferencialmente com a cabeça pensante, que tipo de "adversária" será atraída. A guerra se torna um pouco menos falsa. Como disse o ex-jogador Vampeta: "Vocês fingem que pagam e eu finjo que jogo". A filosofia até pode vir a ser essa. 
  Não estou dizendo que o amor da sua vida não pode estar numa balada e muito menos que tudo isso é uma regra sem exceção. Acredito fielmente no amor, na conquista verdadeira, no romance e na paixão. Acredito também que encontrá-lo em certos ambientes é mais difícil que ver nota de cem. Então adapte-se! Como um bom e esperto camaleão. 
  A grande conclusão que podemos chegar é que nada possui fórmula definida e correta. Em busca ou não do grande amor use suas armas. Aquela que Deus lhe deu e que está exclusivamente a seu alcance. Seja ela apenas um bom papo, inteligência e aquele velho sorriso charmoso ou um cartão de crédito gordo e um cavalo estampado na camisa. E não se engane. Como já dizia o sábio chinês-baiano: "A noite é linda e cheia de encantos, mas você atrai aquilo que você transmite. Clássico é clássico e vice-versa!".              

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Seu Dia!

  Hoje, o garoto do Rio seria um coroa do Rio. Não sei se no "Rock´n Geral" como um Jagger ou mais "Medieval" como a turma da MPB. Difícil adivinhar. Uma coisa é certa; estaria no barulho. "O Tempo não Pára" e alguns anos se passaram desde os anos oitenta. Muita coisa mudou. Outras nem tanto. O mesmo garoto não estranharia tanto a festa pobre da "Burguesia" do seu "Brasil" versão 2013.  
  Ele deixou seu legado. Falou sobre amor, protestou com ironia única e viveu a "Inocência do Prazer". Tornou-se ícone de uma geração. Não acredito ser "Exagerado" nas minhas palavras. Muitos vão discordar. Dizer que ele pode apenas ter sido um "Sub-Produto do Rock" e como pessoa uma "Menina Mimada". Suas atitudes e personalidade o fizeram pegar um "Trem pras Estrelas". Precoce e realmente muito novo. Portador de uma doença que hoje não o levaria como "Cobaias de Deus". Tenho certeza. Seu excesso foi seu "Ponto Fraco".
  Não estou aqui para escrever a respeito da sua "Ideologia", erros ou acerto. Isso não "Faz Parte do Meu Show". Prefiro, neste dia quatro de abril de 2013, reverenciar seus 55 anos completados. Essa seria a idade do "Maior Abandonado" Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza. 
Lembro daquela menina que me pedia com "Todo Amor Que Houver Nessa Vida" para que eu escutasse, lesse e conhecesse a obra do Caju. Hoje, mais que agradeço sua influência.
  Por "Quase Um Segundo" achei que não fosse conseguir terminar. Eu me conheço. Não levantaria dessa cadeira por nada, assim como um bêbado que não deixa de passear "De Bar em Bar" sem causar "Mal Nenhum" a ninguém. Comecei a escrever ontem e pedi "Pro Dia Nascer Feliz", cheio de alegria, blues, risadas, rock, amores, bossa e cercado por pessoas queridas. "Nada Nesse Mundo É Nunca Mais". E que assim seja!  
  Parabéns pelo seu dia!