As aulas geralmente eram nos primeiros horários. Logo cedo. Digo bem cedo! Funcionar nas primeiras horas do dia foi sempre um desafio carnal. Sonolência pesada. O humor instável. As remelas mal haviam sido limpas após o banho matinal. A voz embrulhada falava sobre dinâmica, hidrostática, óptica, leis, teorias e fórmulas. Assim eram os estudos da Física.
Entre idas e vindas foram diversos professores. Uma citação nominal seria um crime, apesar de lembrar de todos. E como esquecer? Nunca me dei bem com a tal matéria. Sempre precisei sentar a bunda e realmente estudar. Passado o pseudo-pesadelo ficaram os ensinamentos. Esses que trazemos para o nosso dia a dia muitas vezes sem perceber.
Sempre tive uma relação ótima e muito próxima com a palavra movimento. Para Aristóteles é passagem de potência a ato, deslocamento no espaço, mudança, crescimento e diminuição; como geração e destruição. Em alguns momentos na vida também é preciso frear. Usar o tempo para refletir e aí sim agir. Entretanto, que o repouso dure pouco. A inércia incomoda. A linearidade irrita. Causa ânsia e outros efeitos colaterais. Gosto de ir do zero a cem e observar a transformação imediata do universo que me cerca.
As mudanças são iminentes mediante ao movimento. O gás retorna. O sangue passeia nas veias perante os desafios. O novo se apresenta e nos peita como numa batalha. Depois da xícara de café a cabeça borbulha e os pés caminham ligeiros. Hoje, diferentemente dos terríveis dias de entrega dos resultados das provas bimentrais de Física, o tema já não me assusta.
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