Recém saído do segundo grau, na época, estudava
para o vestibular. Assumo que me encontrava completamente perdido. Não sabia o que queria. Na minha cabeça eu tinha apenas duas opções: psicologia ou jornalismo. Não
tinha muita informação sobre a psicologia e logo me pareceu muito romantismo da
minha parte tal escolha. Optar pelo jornalismo foi aceitar um fanatismo, que
desde criança, tinha por qualquer coisa ligada ao esporte. Assim foi feito.
Logo estava matriculado e em exatos dois
semestres já trabalhava na área. Como assessor de imprensa, com apenas 21 anos,
de um clube de futebol da cidade. Depois disso não parei mais. Aprendi a
verdade sobre a profissão na marra dentro de uma redação de um jornal. Ali
criei amor pela escrita, pela investigação e pelo dinamismo do jornalismo.
Descobri tudo na prática dispensando a teoria. Assim me formei um profissional.
Conheci grandes jornalistas. Figuras que defendem
com honestidade, qualidade e ética uma profissão muitas vezes miserável. Tive o
também o desprazer de conhecer pessoas que vestem a capa do lado negro da
força. Essas, de certa forma, me ajudaram e acrescentaram muito na minha
carreira. Me mostraram justamente por onde a banda toca e que algumas músicas
jamais agradaram os meus ouvidos.
Hoje, afastado há quase seis anos desta
profissão, sinto saudades de muitas coisas. De outras, nem tanto. Havia
prometido a mim mesmo que não escreveria ou comentaria sobre a tragédia
ocorrida neste final de semana em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Por vontade
própria e respeito. Acompanhei quase todos os noticiários. Li jornais. Mais uma
vez me perguntei e me questionei sobre o posicionamento da mídia brasileira em
certas situações. Até que ponto matérias abusam do sensacionalismo ao invés de
informar a verdade com seriedade e de forma objetiva? Senti nojo de diversos
repórteres. Me peguei sensibilizado por ver essas pessoas virando personagens
de um reality trágico promovido por grandes veículos de comunicação.
Fechei meus olhos e tampei os ouvidos. Preferi a omissão da informação.
Infelizmente.
Dia 29 de janeiro, descobri ser o dia do
jornalista. Dia no qual deveria comemorar com alegria, afinal faço parte desta
festa. Não. Hoje não faço alarde e grito ao mundo sobre o "meu dia".
Tampouco vou condenar uma classe inteira, até porque, já fiz e me considero
parte da mesma. Conheço meus valores como um profissional e reconheço os
guerreiros do bem desta linda profissão. Por hora, não comemoro e não vou me
orgulhar. O amor não acaba, mas de vez em quando se enfraquece. Assim como uma
planta sem água. Esquecida; torna-se triste, murcha e não mais cresce.
Nenhum comentário:
Postar um comentário