sexta-feira, 12 de abril de 2013

Medo?

  Já tive do escuro. Do fundo da minha piscina. De escutar histórias de terror. De subir as escadas sozinho e descê-las também. De dar de cara com uma alma penada. De sonhar coisas ruins a noite inteira. De altura. De ser atacado por um tubarão. Do abandono. Em perder meus melhores amigos. De ficar doente pro resto da vida. De ser julgado injustamente. De ficar longe dos meus pais. Do amor.   
  Para muitos um freio. O pai da moralidade - segundo Nietzsche. Daqueles que trava mais que ABS. Para outros um combustível. O impensável. Sentimento que esfria a barriga, mas faz mover o mundo há mais de cem. Me acompanha e, masoquismos à parte, torço para que nunca saia de perto. O homem que não sente medo não vive o intenso da vida. Está gélido e encaixotado. Fomos desafiados desde o primeiro momento que recebemos a dádiva do viver. Aceitá-lo? É nossa missão. Recuar? Um ato esnobe frente ao tempo. Negá-lo? É brindar ao fracasso.  
  Certos medos de criança ainda permanecem. Como um lembrete preso na geladeira que me faz fincar os pés na Terra do Nunca. Outros evoluíram ou foram adquiridos. Hoje, sinto medo quando penso que errei sem ao menos ter me arriscado. Medo de pensar na derrota sem a possibilidade da luta. Medo de viver sem realmente ter vivido. Medo de ser abatido pela covardia. O medo é meu espinafre. O que me instiga e me destaca. Me transforma e traz renovação. Faz do meu futuro um alcance possível e presente. Consolida todos meus sonhos em reais possibilidades de vida. 
  Medo? Que dá medo que medo que dá!   

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