Existem dias que deveriam ficar de fora. Tipo página arrancada de um livro
ou carta out do baralho. A gente acorda e sente que algo não tá legal. A mente acusa. Assim segue-se a rotina normalmente. O passar das horas confirmam a
premonição pós sono. É uma chateação aqui e um aborrecimento dali. Acontecimentos geralmente com ou sem muita importância, mas que nesse dia
abalam as estruturas. Nada muito parecido com um Um Dia de Fúria, entretanto a paciência começa a perder espaço - se é que ainda havia
- e a sensação que era apenas um achismo torna-se real: Hoje é um "dia
não".
Minha Tia-Avó tinha disso. Sempre que ela nos visitava me batia uma
curiosidade imensa. Logo ao acordar corria para saber se ela estava num
"dia sim" ou num "dia não". Não existia muita coerência
numérica. Ela simplesmente decidia e ponto final. Nada que a tirasse muito do
seu estado normal de anjo, porém essa variação me despertava uma interrogação
sobre seu comportamento.
A solução mesmo é enfrentar os pensamentos e tocar o dia até a sua vigésima
quarta hora. Pensar menos também ajuda. Dizem que até respirar mais é um santo
remédio. Saber contar pelo menos até dez é necessário. Faz parte do cotidiano e
da vida conviver com um "dia não". Agora, nada melhor que uma bela
série de "dias sim" pra compensar, não acha?!
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