Sou viciado em
futebol. Assumo. Doença que me acompanha desde que me conheço
por gente. Tive o sonho de todo moleque e também já quis ser jogador.
Obviamente tal desejo virou apenas hobby, contudo, ainda acho que vestiria
facilmente a dez da seleção. O vício perdurou. Resolvi escolher o curso de
jornalismo para trabalhar com o quê? Futebol. Dito e feito. Durante quatro anos
e meio lidei diariamente com esse esporte. De segunda a segunda em treinos,
jogos, entrevistas, idas e vindas aos centros e estádios.
Por uma questão familiar fui botafoguense. Torcia com fervor para o
alvinegro. Vi alguns títulos cariocas e uma conquista de um Brasileiro. A vida
me mostrou, com o passar do tempo, que amor nasce e não se impõe. Como num dito
popular virei a casaca. Há anos me vi torcedor de um time da minha cidade. Uma
equipe que eu pude acompanhar, ir aos jogos e ser legítimo. Só
não contava, passados quase quinze anos, que hoje esse mesmo time estaria quase
inexistente.
Sobrou a paixão pelo esporte. Assisto todo tipo de jogo e nunca torço para
nenhum time. Para um viciado sinto falta da paixão, do grito e sofrimento. Essa
que ainda é despertada pela seleção. Mesmo em um momento em que
vivemos um dos maiores assaltos que um país já viu, não consigo não torcer para
o Brasil. Vibrar com a amarelinha. Foi o que me restou - e nesse momento deixo
totalmente de fora questões de impactos sociais, segurança, saúde e
condições políticas que vivemos. Falo apenas como um amante do esporte.
Faço parte de uma geração acostumada a ver uma seleção vitoriosa. Na minha
primeira Copa do Mundo fui brindado de cara com um título. Logo após assisti a um
vice e outro caneco mundial. Criamos ídolos que hoje servem de referência ao
que mais se aproxima do genial. Entretanto, vejo uma nova e antiga geração de
torcedores que fazem questão de torcer contra. O por quê? Citaria alguns
vários motivos. Quase todos inaceitáveis para mim - levo em consideração pessoas que realmente gostam de futebol. Essa seria uma análise um pouco mais extensa.
Mesmo assim me pergunto: Em que momento o Brasil deixou de torcer para o Brasil?
Um comentário:
Tirando a questão social e a corrupção desfreada dos cartolas brasileiros(Ricardo Teixeira, presidente da CBF, é um bom exemplo de pilantra do Futebol) o torcedor brasileiro, em geral,é muito impaciente! Como sou da escola do futsal gosto de ver um jogo cadenciado, onde a bola corra de pé em pé. O que eu vejo hoje é uma torcida muito impaciente com "o jogo" e se o time fica 5 minutos com a bola no pé (uma coisa boa ao meu ver) as vaias tomam conta do estádio. Não vi o jogo de hoje no maracanã, mas gostaria muito que nos jogos da seleção a bola ficasse no nosso pé, sem lançamentos diretos, correria burra e sem vaias por parte dos nossos torcedores.
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