Certa vez me disseram que eu levava jeito pra escrita. Nunca acreditei muito
nisso. Quando criança só queria saber de jogar bola e ouvir música. A dúvida
pairava naquela cabeça ainda tão infantil: jogador de futebol ou músico.
Segui o mundo do jornalismo. Ainda perto do futebol comecei a traçar minhas
primeiras linhas. Até que um dia conheci um diplomata, poeta e boêmio. Um tal
de Vinícius de Moraes. Amor à primeira vista. Ficava impressionado com a sua
capacidade de expor sentimentos tão reservados de uma forma tão poética e de
fácil compreensão.
A música logo invadiu minha vida e com ela a escrita caminhou junto. Cheguei a
ouvir, novamente, que levava jeito pra ser poeta. Tipo uma profissão, sabe. Faz
o que da vida? Sou poeta! Soava estranho pros dias de hoje e muito pesado
aceitar tal "adjetivo". Talvez ainda seja assim...
Só que hoje vejo de uma forma diferente. Acredito que no nosso íntimo todos
somos poetas. A poesia é a capacidade de externar as sensações mais profundas e
vomitá-las de maneira sensata. Ser honesto com a sua cabeça, mão e caneta -
ainda não me convenci do teclado.
Conhecer o poeta dentro de você é uma experiência incrível de autoconhecimento
e crescimento. Então pra quê reprimi-lo?
Essa profissão, mesmo que não remunerada, é a maior riqueza que posso ter. E
essa ninguém me tira.
Um comentário:
Renato, estou sinceramente encantada com cada post seu. Preciso visitar outros blogs de amigas queridas, mas o seu está me impossibilitando disto. (risos)
De poeta todo mundo tem um pouco, uns exteriorizam através de gestos, atitudes, aos poetas ditos de fato, usam a 'escrita', ao contrário de você, larguei caneta e caderno, estou mais adaptada ao teclado, infelizmente, prefiro o tradicional cheiro de poesia no papel. Colocar pra fora, e até "vomitar", mas nunca reprimir. Poesia é o bônus que não gera nenhum ônus. Escreva, reescreva, transcreva... Só não pare.
Agora sim, volto outro dia.
Virei fã, este blog está nos meus favoritos. Grande abraço =)
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