O maior medo de um artista é ver sua fonte secar. Talvez esse seja o
pesadelo menos desejado por nós. O cano de inspiração de vez em quando entope e
sentimos um leve receio. Não ter idéias é desesperador para qualquer pessoa.
Disso tenho certeza. De onde surge essa mágica que nos leva a ter o famoso clique
produtivo? Acredito que qualquer coisa pode nos impulsionar, mas isso é muito
relativo. Uma alegria, a tristeza, uma lembrança, uma cena ou acontecimento e etc...
Ontem me deparei com um assalto num supermercado - odeio
supermercados. Já era madrugada e notei um clima diferente entre os
funcionários do mesmo. Resolvi não dar muita bola e segui à caça do meu único
objetivo ali dentro: um chocolate. Em poucos segundos de busca visualizei
algo que não costumo ver em certos locais. À frente um rapaz caminhava de forma
bruta e veloz empunhando um facão na mão esquerda. Seus olhos
estavam manipulados e causavam certo espanto. Mais uma vez achei a situação bem
esquisita, mas minha ânsia por um chocolate era maior que a preocupação de
cogitar que aquilo poderia ser um assalto.
Assim como se fossem dois clientes à procura de algum produto nos cruzamos sem comprometimento ou um "boa noite" - não é de se espantar, afinal moro em Brasília. Só tive a certeza que algo de anormal acontecia quando um dos funcionários me abordou e comentou sobre o fato. Branco feito uma bola de neve me pediu ajuda para contatar a polícia. Reclamou, com razão, a todo o momento sobre sua condição de trabalho e repetiu que essa seria sua última noite por lá. Confessou também ter sido a décima vez que algo do tipo acontecia e que os homens da lei nada faziam.
Assim como se fossem dois clientes à procura de algum produto nos cruzamos sem comprometimento ou um "boa noite" - não é de se espantar, afinal moro em Brasília. Só tive a certeza que algo de anormal acontecia quando um dos funcionários me abordou e comentou sobre o fato. Branco feito uma bola de neve me pediu ajuda para contatar a polícia. Reclamou, com razão, a todo o momento sobre sua condição de trabalho e repetiu que essa seria sua última noite por lá. Confessou também ter sido a décima vez que algo do tipo acontecia e que os homens da lei nada faziam.
Já com posse do meu sonhado chocolate e livre de qualquer incidente
de risco voltei pra casa bastante pensativo. Eureca! O enredo estava pronto.
Não foi nada fantasioso ou inventado, mas poderia sim ser contado ou expressado
de várias maneiras sem uma modificação do seu real sentido. No final das contas
ficaram duas lições disso tudo: Percebi que com uma boa dose de atenção o
"cano de inspiração" jamais se entope; e ao deparar-se com um Jason
sustentando um facão na mão em um supermercado não esqueça jamais do seu
chocolate!
Um comentário:
O desejo sempre superando o perigo! (rsrs) E a vida inspirando a vida, a poesia e outros mais... =)
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